Não faz muito tempo, chegamos a conhecer uma típica família portuguesa, que tendo seus direitos violados, procura ajuda junto a educadores sociais, para assim amenizar sua dor e revolta. A história é a vida de Ricardo e Justina, um casal trasmontano que no princípio de sua vida matrimonial, num dia de duro trabalho para sustentar ainda a pequena família e a sua filha - Gemma - nascida a pouco mais de 09 meses, foi surpreendido por amigos a avisar que sua filha estava doente. A acção imediata do casal foi tomar ao colo a pequena Gemma e, de imediato levá-la a única clínica particular que havia na regiao - cerca de 40km de sua aldeia; para surpresa do casal, o pessoal da clínica, alegando que eles nao poderiam pagar as despesas, despediu-os sem ao menos olhar para aquela pobre criança que nada mais queria senão ser medicada e voltar para casa. Neste caso, a própria clínica, que somente quer lucros, não cumpre a sua responsabilidade social; era seu dever, assistir a criança e garantir seu direito à saúde. Se os pais conhecessem seus direitos, podiam ao menos mencionar o artigo 3º da declaração dos dereitos do homem: " todo o indivíduo tem direito à vida..." ali estava uma vida em risco e por ser pobre teve este direito negado. No referido acima, assistimos a negaçâo dos direitos da família e da criança. Bem como no artigo 25º que assegura "que toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar à sua familia a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação..."
Neste caso, o educador social tem uma missão importante junto a clínica privada e ao hospital público; é preciso criar nas pessoas uma consciéncia de responsabilidade, de vivência dos seus direitos e respeito pelo outro, bem como estar levando o facto acontecido à administração das duas clínicas. Assim, cabe ao educador indicar e conduzir os pais aos meios necessários para superar a crise e continuar a vida: segurança social, psicólogo para os pais, centro de emprego, entre outros.
SENTIDO CERTO
Há 6 anos
4 comentários:
Infelizmente vivemos numa sociedade onde se valoriza a pessoa com dinheiro. Este é um daqueles casos que nos faz pensar no mundo Hipocrita e sem regras em que vivemos, até para se ter direito a um tratamento hospitalar é preciso ter dinheiro.
Como Educadores é urgente mudar estas formas de pensar e mostrar a toda a sociedade os deveres e direitos que todos temos o direito de os ter.
Isabel
É a história do nosso grupo. está muito bem dita, com pormenor e interesse. Aborda, também, as diversas áreas de intervenção do educador social. Sou, Maria de Fátima Esteves, em 05/07/08.
Texto muito bom, mostra nos mais uma vez, a injustiça sofrida pelas pessoas de pouco poder aquisitivo, mas nos, como cidadãos, nao devemos deixar que tais situaçoes fiquem impune, essa clinica deve ser denuciada ao Ministério Público e responder processo criminal, pois houve omissao de socorro a vítima.
Leia Muzza
Consideramos que a história relata pelos nossos colegas não é tão invulgar na sociedade actual como alguns poderão achar. Aliás, se estivermos atentos àquilo que se passa à nossa volta conseguimos identificar casos semelhantes em que os direitos de assistência são desrespeitados. Ainda vivemos numa sociedade que diferencia o tratamento das pessoas de acordo com as suas condições socioeconómicas. É necessário alertar para a existência de situações como esta, porque todos somos cidadãos de direitos e devemos lutar pela igualdade de oportunidades.
Carlos, Dora, Mariana, Anabela.
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