sexta-feira, 11 de julho de 2008

Histórias de violência marcam familia...

Sofia lília bernardesfunchal. (Direitos reservados desaparecida).
PJ vasculhou todas as pistas sobre Sofia. Alguém viu a Sofia? A criança que a 2 de Fevereiro de 2004, então com dois anos, foi arrancada dos braços da mãe pelo próprio pai e que, no espaço de uma hora e meia, desapareceu sem deixar rasto. O tribunal começou ontem a julgar o caso. A fuga fez-se num táxi que os transportou da cidade de Câmara de Lobos tendo, pelo meio, o recurso à boleia de um familiar que os deixou no início da noite no Caniço de Baixo, onde residia um familiar de Luís. A partir daí, pouco ou nada se sabe. Um mistério. A PJ vasculhou todas as pistas incluindo a hipótese de saída do País para junto de um tio de Luís, também ele pescador. Será que Sofia está viva ou morta? Vendida? O julgamento iniciou-se ontem no Funchal com recurso a um tribunal de júri. Irene e Luís (detido no Funchal), um casal carregado de histórias de violência, de pontapés que alegadamente terão também chegado a Sofia, de formas de pressão, de chantagem emocional, reencontraram-se ontem na sala de audiência. Cenas de maus tratos e violência foram relatadas, alegado uso de drogas por parte do pescador, dinheiro que não se sabia de onde vinha, miséria e ciúmes a mais. De acordo com Irene, Luís, pescador divorciado - "ele mentiu-me; eu não sabia que ele era casado quando o conheci, nem que tinha dois filhos", referiu - escolheu os Açores para dar um novo rumo de uma vida a três, passando a residir na Horta. Mas tudo se terá complicado. Ao fim de algum tempo, e depois de um fim de ano na Madeira, Irene opta por fugir da Horta para o Funchal. De vez. Ontem, Irene foi confrontada pela juíza Celina Nóbrega, que preside ao colectivo, com fotocópias de fotografias tiradas em Novembro do ano passado no Porto onde, para além de alguns adultos, se encontra uma criança. De início ela acha que reconhece a filha. Depois já não tem certezas. Só sabe que a 2 de Fevereiro de 2004 participou o acontecimento, horas depois do "rapto", à PSP de Câmara de Lobos. Que o companheiro ter-lhe-á dito que "pagou 100 contos" para "um casal de idosos" tomar conta da menina. Mas quem? E onde? E sabe, também, que um agente policial explicou que, enquanto autoridade, nada poderia fazer "e deixaram-no ir embora", pois, "enquanto pai", o agente da PSP, "a viver uma situação de separação", "também poderia agarrar no filho dele e sair do País", lembrou Irene.

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