Neste momento a problemática que mais me preocupa na sociedade são as crianças institucionalizadas, exactamente por trabalhar com elas e saber todos os problemas que têm e também o quão difícil é este trabalho, por vezes (embora compensador também).
Crianças institucionalizadas são, em geral, provenientes de famílias em risco, com comportamentos relacionados com relacionados com toxicodependência, alcoolismo, prostituição, maus-tratos físicos e psicológicos. Futuramente estas crianças, tenderão a repetir os padrões comportamentais dos seus familiares.
Assim, estas crianças, sofreram perdas significativas (se não outras, pelo menos ficaram longe das suas famílias, que sempre conheceram e com certeza amam) que acabam por deixar um vazio no seu mundo interior. Para além disso, têm depois de se adaptar a um sítio novo, com pessoas novas e diferentes. Um sítio que deverá ser securizante, contentor de angústias e promotor do desenvolvimento pessoal e da construção da identidade. Em muitos casos isto não acontece pois é difícil na instituição, dar-se sempre uma atenção individualizada, como deve ser feita na família.
É preciso reabilitar estas famílias para que as crianças não tenham de ser retiradas. É preciso orientá-las na educação dos seus filhos.
As crianças institucionalizadas são privadas do seu espaço subjectivo, da sua individualidade, dos vínculos afectivos. Não têm experiências infantis normais. A sensação é de vazio, dor, às vezes indiferença, ou perplexidade. São filhos da solidão… o sonho destas crianças é terem uma mãe e um pai.
E é necessário pensar nisto pois estes são os pais do futuro e não queremos que a história se repita...
Dora Colaço
SENTIDO CERTO
Há 6 anos
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