A família "X" (John, Mary, Anne e Charles) vive no limiar da pobreza. O John e a Mary têm um casamento instável e continuam juntos devido ao amor que sentem pelos filhos.
O John é desempregado de longa duração e tem um problema de alcoolismo e a Mary sofre de depressão crónica, o que lhe dificulta a realização das tarefas domésticas e o apoio à família.
As crianças frequentam um Jardim de Infância, o que lhes permite afastar-se do ambiente degradado em que vivem e terem uma refeição diária. Devido à sua apatia e ausência, foram examinados por um pediatra e um pedopsiquiatra que suspeitam de abuso sexual por parte do pai. Para que a retirada das crianças não provoque um desequilibrio familiar ainda maior, a opção de os colocar sobre custódia foi adiada e optou-se por uma observação cuidadosa durante uns meses e por ajudar o pai a encontrar emprego.
Após uma análise deste caso, verificámos a existência de alguns problemas relacionados com os Direitos Humanos. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, no seu 23.º artigo, "toda a pessoa tem direito ao trabalho (...) e à protecção contra o desemprego." Neste caso, isso não se verifica, porque a família não recebe qualquer ajuda para fazer face às suas necessidades. Nesta história encontramos, ainda, o desrespeito pelo 25.º artigo que refere que "toda a pessoa tem o direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar".Para além disso, é violado também o Artigo 22.º "Toda a pessoa (...) tem direito à segurança social".
Como educadores sociais, achamos importante que as crianças passem a frequentar a consulta de psicologia na instituição de solidariedade social mais próxima da residência da família, onde usufruirão de consultas gratuitas. Seriam dadas orientações necessárias aos pais no sentido de se candidatarem ao Rendimento Social de Inserção, que garanta a satisfação das necessidades minímas desta família, nomeadamente a nível da alimentação. Em simultâneo, a mãe seria encaminhada para consulta de psiquiatria e o pai passaria a frequentar as consultas de alcoologia no Centro de Saúde. As consultas de ambos seriam acompanhadas pelo Terapeuta Familiar responsável pela mediação da situação.
A importância de uma ocupação torna-se fundamental em todo o processo terapêutico, sendo que o marido seria encaminhado para um curso de formação profissional de carpintaria, que lhe atribuiria o 9.º ano e a mãe orientada para o ensino recorrente, com o intuito de concluir o 4.º ano. Por outro lado, a mesma passaria a frequentar durante o dia actividades de ocupação do tempo livre para mulheres em situação de desemprego e desocupação, onde são promovidas competências pessoais como a motivação, auto-estima e competências parentais.
O acompanhamento sistemático à família e a aquisição de competências pessoais por parte dos pais permite que os elementos do agregado se tornem gradualmente autónomos na aquisição de um emprego que garanta a sua autonomia, reequilibrando toda a dinâmica familiar.
SENTIDO CERTO
Há 6 anos
7 comentários:
Gostei muito da intervenção de vocês como educadoras sociais, esse é o caminho para diminuirmos um pouco dos problemas emergentes, beijinhos Tati.
ufa,
gostei da história; completa de emoções e realidades vividas por nós... agora a pratica podia ser diferente.
daniel
Achamos que o vosso texto está muito bem e as intervenções bastante interessantes.
Continuem assim.
Vera e Leia
Como profissionais que somos, temos que mostrar a todos que o nosso trabalho é muito útil e eficaz. As vossas intervenções parecem-me eficazes.
É preciso pensar e repensar formas de intervir para que estas situações diminuam.
Isabel
Gosto desta história, está bem redigida, com algumas áreas de intervenção do educador social.
Sou, Maria de Fátima esteves, em 05/07/08
Texto muito bom, mais um problema, dificil de ser resolvido, pois essas crianças estão em formaçao da personalidade, sou contra tirar a criança do meio familiar, mas conviver com esses pais nessa situação é impossível, indicaria para a resoluçao desse problema, essa eficiente atuação dos Educadores Sociais.
Leia Muzza
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